Às duas horas tudo parece noite.
O tempo não tem colaborado
e contribuido mais e mais e mais para minha dor.
Porque escurece as duas da tarde?
E eu tenho medo de ir embora?
Peço por um milagre.
Acho que mereço.
Rezo e me concentro.
Nada acontece.
O mesmo rosto estranho continua a me perseguir no espelho.
Tenho medo.
Tenho medo.
E não enconto solução.
Em compensação o que sobra são soluços.
Soluços.
Eu nesta idade.
Chorando por não saber o que fazer.
Mas obedeço ao despertador
e acordo e faço check in
e entro no avião e embarco nesta viagem louca.
Vou de um lado para outro
sem saber se solução é uma coisa que existe
ou se a gente compra com tarja preta na farmácia.
Ou engarrafado e destilado no supermercado.
Engordo.
Não entro nas minhas roupas.
Fico deprimida.
Choro quando vejo uma música que me remete a algo bom do passado.
Mas já passou não tem mais.
Toca o telefone do presente e os quarenta e sete já estão aqui.
Marcados no meu rosto.
Esbranquiçados nos meus cabelos.
Arredondando os meus quadris.
Por que faz seis horas as duas?
Por que não sei a resposta?
Por que não encontro você?
Respiro.
Lavo a cabeça no banho.
Mergulho dentro de mim.
Silêncio.
Não quero mais nada.
Posso sair?
13 MARZO 2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário