domingo, 13 de março de 2011

Posso Sair?

Às duas horas tudo parece noite.
O tempo não tem colaborado
e contribuido mais e mais e mais para minha dor.

Porque escurece as duas da tarde?
E eu tenho medo de ir embora?

Peço por um milagre.
Acho que mereço.
Rezo e me concentro.

Nada acontece.

O mesmo rosto estranho continua a me perseguir no espelho.

Tenho medo.
Tenho medo.
E não enconto solução.

Em compensação o que sobra são soluços.
Soluços.

Eu nesta idade.
Chorando por não saber o que fazer.

Mas obedeço ao despertador
e acordo e faço check in
e entro no avião e embarco nesta viagem louca.

Vou de um lado para outro
sem saber se solução é uma coisa que existe
ou se a gente compra com tarja preta na farmácia.

Ou engarrafado e destilado no supermercado.

Engordo.
Não entro nas minhas roupas.
Fico deprimida.
Choro quando vejo uma música que me remete a algo bom do passado.

Mas já passou não tem mais.

Toca o telefone do presente e os quarenta e sete já estão aqui.
Marcados no meu rosto.
Esbranquiçados nos meus cabelos.
Arredondando os meus quadris.

Por que faz seis horas as duas?
Por que não sei a resposta?
Por que não encontro você?

Respiro.
Lavo a cabeça no banho.
Mergulho dentro de mim.

Silêncio.

Não quero mais nada.

Posso sair?

13 MARZO 2011

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