Chego em casa, tiro os anéis e os coloco para descansar no rabo do gato marron.
Vou até a cozinha fazer uma sopa, para aquecer a minha vontade de não sei o que...
Mas que não me deixa parar de pensar em milhões de coisas ao mesmo tempo.
Descasco as cebolas e choro as confusões mentais da semana.
Bom ou ruim?
Quem vai saber?
Quem os classificou assim??
Muito azeite para deslizar aquilo que não deixei fluir e que no final das contas,
impactou diretamente no cozimento e impediu o amadurecer das idéias...
Na dispensa ficou esquecido o que era verdadeiro.
O vinho é um compasso para a dança.
Terei eu par nesta valsa?
Cercada de gente e solitária, giro satisfeita com a melodia.
As tensões vão se dilatando e evaporando pelo salão.
Nada é, realmente, tão ruim assim.
Vou dormir mais cedo sob o efeito da droga de não querer saber quem é este personagem.
Amanhã, quando acordar e não tiver para onde ir, pego meus dedos no rabo do gato
e vou direto para dentro de mim!