domingo, 13 de março de 2011

A Nada Importa

Então doeu assim profundamente
naquele dia,
o brincar de ser feliz.

Saio fantasiada com um sorriso fabricado
e os olhos boiando loucos no desespero de alguem me identificar.

Mas o mundo todo está tão envergado em seu proprio umbigo,
que ninguem é capaz de enxergar a dor do outro.

Então dá para passar assim.

Choro no silêncio do carro,
com o sinal aberto ou fechado.
Com a pessoa ao lado ou não.

E ninguém vê ou comenta.
E ninguém sabe.
E não faz diferença.

Só no espaço da minha cama que sou rainha.
Posso ser feliz ou triste.
Não fica nem mais caro nem mais barato.

Dos meus sonhos, eu quem sei.
Se são bonitos ou feios.
Morais ou amorais.
Se doem ou constroem
Nada se opõe.
Será só mais um sonho do qual
não vou mesmo me lembrar de manhã cedo.

E se bebo uma ou duas garrafas.
Geladas ou não.
A nada importa.

Não tem ninguém olhando de verdade para os meus olhos
e nem eu estou também mirando verdadeiramente a alma do outro.

Sigo assim marcando os passos tortos e ébrios na calçada silenciosa.

Se vou ou não pular,
isso também só será dor para alguém
quando, realmente, acontecer.

Ainda é cedo para deixar as lágrimas
lavarem
o que resta do meu rosto.

06 MARZO 2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário