Para não perder palavras
costuro poemas na alça do rascunho
Moldo desejos 
tortos
junto com a logo do guardanapo.
 
Sonhos se soltam
da minha bolsa
E em transe vagam pelos corredores
dos aviões que passo
 
Entre um cochilo e outro.
 
Cerro os olhos para não 
embaralhar ainda mais 
E ver que não tenho mais cartas
para comprar da mesa.
 
A toalha quadricula os pontos principais
e não tem gráfico que aponte para a saída.
 
Nem portas.
Nem rotas.
 
Respostas incompletas me esperam
na esteira de bagagem.
 
E ouço algo da solidão do cerrado
De todas as estrelas que a noite
silenciosa
 
traz para a janela que me faz dormir
aberta.
De novo pego a alça da mochila.
 
02 Aprile 2011
 
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