sábado, 2 de abril de 2011

Alça do Tempo

Para não perder palavras
costuro poemas na alça do rascunho
Moldo desejos
tortos
junto com a logo do guardanapo.

Sonhos se soltam
da minha bolsa
E em transe vagam pelos corredores
dos aviões que passo

Entre um cochilo e outro.

Cerro os olhos para não
embaralhar ainda mais
E ver que não tenho mais cartas
para comprar da mesa.

A toalha quadricula os pontos principais
e não tem gráfico que aponte para a saída.

Nem portas.
Nem rotas.

Respostas incompletas me esperam
na esteira de bagagem.

E ouço algo da solidão do cerrado
De todas as estrelas que a noite

silenciosa

traz para a janela que me faz dormir
aberta.


De novo pego a alça da mochila.

02 Aprile 2011

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